segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Quinhentismo


QUINHENSTISMO 
 A LITERATURA DOS VIAJANTES

"Há várias maneiras de se matar índios:
 desde a mais simples que é a bala de um trabuco,
 aos mais requintados métodos, como interferência maciça na cultura do índio." Clarice LispectorResultado de imagem para charge quinhentismo

Após assistir ao vídeo assinale a resposta correta referente às questões abaixo:
1- (UFSM) Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é correto afirmar que:

a) É formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese.
b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira.
c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica.
d) Os textos que a constituem apresentam evidente preocupação artística e pedagógica.
e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições encontradas no Novo Mundo.


2-(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110)
Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão:

a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa
Portuguesa e a Companhia de Jesus.

b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa.

c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés.

d) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista.

e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo seja possível.


3-A famosa “Carta de achamento do Brasil”, mais conhecida como “A carta de Pero Vaz de Caminha”, foi o primeiro manuscrito que teve como objeto a terra recém-descoberta. Nela encontramos o primeiro registro de nosso país, feito pelo escrivão do rei de Portugal, Pero Vaz de Caminha. Podemos inferir, então, a seguinte intenção dos portugueses:
(a) objetivavam o resgate de valores e conceitos sociais brasileiros.
(b) buscavam descobrir, através da arte, a história da terra recém-descoberta.
(c) estavam empenhados em conhecer um pouco mais sobre a arte brasileira.
(d) firmar um pacto de cordialidade com os nativos da terra descoberta.
(e) explorar a tão promissora nova terra.


4-Leia o texto “Erro de português”, de Oswald de Andrade, para responder à questão.
Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português     

                                               Oswald de Andrade
Podemos observar que há uma crítica do autor em relação aos povos colonizadores, sobretudo uma crítica sobre as intenções dos padres jesuítas, amplamente expressas na literatura produzida durante o Quinhentismo. A crítica de Oswald de Andrade está presente no verso:
(a) “Quando o português chegou (...)”;
(b) “(...) Vestiu o índio (...)”;
(c) “(...) Debaixo de uma bruta chuva (...)”;
(d) “(...) O índio tinha despido (...)”;
(e) “(...) Que pena! Fosse uma manhã de sol (...)”.

5- Faça a leitura do fragmento da carta de Pero Vaz de Caminha e diga como é feita a descrição do índio e a visão que os portugueses tinham da terra e da cultura do nosso país:



"A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes bem-feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de encobrir ou mostrar suas vergonhas, e nisso têm tanta inocência como têm em mostrar o rosto".

"Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos e compridos pelas espáduas, e suas vergonhas iam tão altas e tão saradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha."

"Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas e lançou-as ao pescoço. Depois, tirou e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo."

"De ponta a ponta, é tudo praia... muito chã e muito formosa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro nem prata... porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados... Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa, que querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar."

"Alguns vocábulos há nela de que não usam senão as fêmeas, e outros que não servem senão para os machos: carece  de três letras, convém saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei e desta maneira vivem desordenadamente sem terem além disso conta nem peso, nem medida."

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