Ler poemas é muito gostoso, mas escrever um poema nem sempre é fácil.Para produzirmos um bom poema precisamos saber brincar com as palavras explorando a sonoridade delas, dando assim um ritmo às frases.
Vamos seguir um roteiro e começar o processo de produção de um poema:
Primeira e segunda aula- Na sala de leitura você vai escolher um poema para declamar na próxima aula.Além de declamá-lo você vai fazer um comentário sobre o poema escolhido e sobre a biografia do autor.
Terceira aula -Ler em voz alta o poema "Coisas" escrito por Maria Dinorah e observar a repetição de sons e o ritmo dos versos.Depois da leitura seguir a sugestão de Maria Dinorah e escolher outras "coisas" para seu poema- em vez de anunciar, no 1° verso de cada estrofe, coisas boas, coisas lindas, coisas de todos, coisas de poucos, anuncie outras, como por exemplo:coisas bonitas, coisas de rir, coisas de chorar...
Quarta aula- Como nem sempre quem escreve um poema deseja que todo mundo leia, sobretudo quando fala de assuntos pessoais, você pode:
* ler oralmente para turma, se não se importa que todos conheçam as "coisas" de que você fala nele;
* escolher um colega para ler e comentar com você o seu poema;
* dar só para eu ler;
* entrar num consenso com a turma e fazer um varal de poesia na sala de aula.
"Falar é completamente fácil,
quando se têm palavras em mente
que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes
o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá."
quando se têm palavras em mente
que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes
o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá."
Carlos Drummond de Andrade
NEOLOGISMO
Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.
Manuel Bandeira Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.
BILHETE Mário QuintanaSe tu me amas, ama-me baixinho Não o grites de cima dos telhados Deixa em paz os passarinhos Deixa em paz a mim! Se me queres, enfim, tem de ser bem devagarinho, Amada, que a vida é breve, e o amor mais breve ainda... |
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno
a asa ritmada
E um dia sei que estarei mudo
- mais nada.
Cecília Meireles
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno
a asa ritmada
E um dia sei que estarei mudo
- mais nada.
Cecília Meireles
A CAROLINA
Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda a humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro.
Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa e separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.
Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda a humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro.
Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa e separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.
Machado de Assis
Jéssica e Jaqueline Turma:63
Montando o Varal de Poemas
ANE
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